Um jovem vive com um feiticeiro num castelo isolado. Farto de tarefas menores, atreve-se a experimentar algumas magias que lhe tinham sido proibidas pelo mestre. O resultado pode ser catastrófico. Um livro revela-se uma verdadeira caixa de Pandora.
Cada experiência renova a atmosfera da cena e cria novos e estranhos personagens com que aprendiz e mestre terão de lidar.
encenação e cenografia
Igor Gandra
texto
João Pedro Domingos D’Alcântara Gomes
música original
Hugo (Osga)
marionetas, figurinos e ilustração
Maria Jorge Vilaverde
interpretação
Rui Oliveira, Sérgio Rolo, Hugo (Osga)
pintura de marionetas e adereços
Emília Sousa
mistura audio final
Pedro Pestana
desenho de luz
Luís Aly
conversão para esperanto
Luísa Pereirinha
movimento
Carla Veloso
operação de luz e som
Hugo Valter Moutinho
técnicos de construção
Abílio Silva, Vitor Silva
efeitos especiais
Filipe Valpereiro
confeção de guarda-roupa
Branca Elíseo
produção
Mário Moutinho
assistente de produção
Sandra Fontoura
secretária de produção
Sofia Carvalho
fotografia de cena
Henrique Delgado
agradecimentos
ÆNIMA, Escovaria de Belomonte
patrocínio
Valentim de Carvalho
Feiticeiros e Feitiçarias
Verdadeira gruta de prodígios, o Teatro de Belomonte, casa do Teatro das Marionetas do Porto, é, para quem está atento ao mundo do espetáculo, uma surpresa contínua.
“O Aprendiz de Feiticeiro”, por exemplo, é mais um espetáculo brilhante e com uma tal capacidade de encantar que se dá ao luxo de ser falado numa língua que mais de 99 por cento da população desconhece: o feiticeiro e o seu aprendiz falam simplesmente em esperanto.
Da criança que mal começou a dizer as primeiras palavras ao espectador atento às últimas proezas do teatro de objetos e avanços da luminotecnia, todos serão bons motivos de espanto diante do objeto mirabolante que Igor Gandra encenou. Até lá, é indispensável ver como as combinações da linguagem falada com a banda sonora e os efeitos de luz e som recriam um mundo povoado de objetos voadores não identificados, sóis e luas feiticeiras, metamorfoses delirantes, pirotecnias e experiências laboratoriais, voos supersónicos e piruetas de toda uma fauna fantástica, répteis, homúnculos e diabinhos excomungados recriam no palco miniatural um frente a frente entre o sonho e o pesadelo, onde a Imaginação acaba por vencer todos os medos.
É claro que este mundo sem falhas e exato como um relógio é manobrado por relojoeiros prodigiosos: chamam-se Rui Oliveira, Sérgio Rolo e Hugo Gomes.
Manuel João Gomes
in “Público”, março de 1999