On the beach of a distant sea, a frontier of black rocks separates two territories. A colony of penguins lives on the west side, a colony of pelicans lives on the east side. The relation between these two peoples is not peaceful, and one day a terrible war starts. The young penguin Matias, a rebel spirit, and his pelican friend Gabriel, who is deeply in love, begin a journey in search of the gold-headed fish.
A magical enigma finally solved and seven days of hunger lead eventually to a peace agreement between the leaders of the two colonies: Emperor Penguin and Royal Pelican. A wonderful party takes place in Praia Grande and Gabriel meets his beloved again. A love story in wartime.
This story is a tribute to peace.
João Paulo Seara Cardoso
marionettes, costumes and illustration
Júlio Vanzeler
sound design
Sérgio Rolo
lighting design
Jorge Costa
animation
FireGirl.co.pt
production
Sofia Carvalho
cast
Edgard Fernandes, Sara Henriques, Sérgio Rolo
lighting and sound operation
Rui Pedro Rodrigues
video operation
Hugo Valter Moutinho
marionette painting
Emília Sousa
production assistant
Paula Dias
construction technicians
Vitor Silva – coordination
Filipe Garcia, Rui Pedro Rodrigues, Manuel Esteves
scenography construction
Américo Castanheira – Tudo Faço
costume coordination
Cláudia Ribeiro
costume assistant
Teresa Baptista
master seamstress
Ana Maria Fernandes
assistant seamstress
Virgínia Pereira
wardrobe props
Isabel Pereira
support
Balleteatro Auditório, Matéria Prima
Os pinguins e os pelicanos estão zangados.
E de tão zangados que estão, um dia entraram numa guerra terrível, como são todas as guerras. Neste caso, são os rochedos da Praia Grande a dividir as duas comunidades. Mas podiam ser muitos milhares de quilómetros de água e de terra e os pinguins podiam ter tanques e aviões e os pelicanos poços de petróleo. Ou vice-versa. Isso não faz diferença. Também aqui não há homens a explicar os ”ataques cirúrgicos” ou a mexer em máquinas de guerra a fingir. Isso fez a diferença. Para o encenador João Paulo Seara Cardoso, a indignação contra a guerra no Iraque e a curiosidade da sua filha de seis anos inspiraram-no a escrever a História da Praia Grande. “Estava a preparar a adaptação de uma peça e, inconscientemente, surgiu-me esta ideia a propósito da guerra no Iraque. A minha filha de seis anos via as imagens “high- tech” das bombas a cair e tinha dúvidas sobre se aquilo era verdadeiro”, explicou ao Público
A confusão entre o simbólico e o real levaram o encenador a criar em três dias esta fábula sobre as diferenças, a amizade e o amor. E aqui entram o inconformado pinguim Matias e o apaixonado pelicano Gabriel toma-se de amores por uma andorinha do mar. Pelo meio, há o caranguejo eremita, “o personagem mais lúcido da história”. Não se pense, porém, que este é um conto só para adultos, o espetáculo é para maiores de quatro anos. A ideia foi mesmo de falar de coisas sérias a brincar e, por isso, o final só podia ser feliz. Ao fim de sete dias, pinguins e pelicanos tornam-se amigos e a Praia Grande enche-se de festa.
Mário Barros
in “Público”, 6 julho 2003
Teatro de Marionetas do Porto: “História da Praia Grande” até ao fim do mês
Numa praia de um mar distante, uma frontaria de rochas negras divide dois territórios. No lado oeste, vive uma colónia de pinguins; no lado este, vive uma colónia de pelicanos. A relação entre povos é muito pouco pacífica e um dia uma guerra terrível rebenta. Um enigma mágico resolvido e sete dias de fome conduzem finalmente a um acordo de paz. A “História da Praia Grande” pode ser vista no auditório do Balleteatro, no jardim de Arca D`Água, no Porto, até ao final do mês.
in “Jornal de Notícias”, 6 de julho de 2003
História da Praia Grande de João Paulo Seara Cardoso
O Teatro de Marionetas do Porto apresenta uma fábula sobre a guerra, em que pelicanos e pinguins se digladiam por um mesmo território. Contrariamente ao que é comum na vida real, existe um final feliz e uma possibilidade de entendimento entre as partes em conflito. O texto tem peso excessivo e desequilibra um pouco o espetáculo, em que as marionetas, o trabalho de manipulação e a construção do espaço são excelentes, como é habitual nesta companhia.
(Balleteatro Auditório, até ao fim de julho)
in “Expresso”, 12 de julho de 2003
Pinguins e Pelicanos
História de amor em tempo de guerra na nova produção do Teatro de Marionetas do Porto
Quem entra nesta praia logo entende a mensagem: “ é absolutamente proibido aos pinguins falarem com os pelicanos”. No entanto, os dois protagonistas da nova produção do Teatro de Marionetas do Porto (TMP) são o jovem pinguim Matias e o pelicano Gabriel. Nem mais.
Na praia, uma fronteira de rochas negras divide as colónias de pinguins e de pelicanos, uma vez que a relação entre as duas partes não é pacífica. Um dia acaba por rebentar a guerra entre as duas colónias. Matias e Gabriel tentam tudo para resolver o problema. Partem em busca de uma das lendas do mar: o peixe da cabeça de ouro, na esperança de solucionar a quezília. Uma lenda que “não se sabe se existe na realidade ou apenas na cabeça de pescadores aflitos quando veem a morte a chegar, em alturas de naufrágio”, conta-lhes um homem do mar. A guerra prossegue, a comida escasseia e parece não se vislumbrar um final feliz entre os chefes das duas colónias: O Pinguim Imperador e o Pelicano Real. Um dia Gabriel mostra um ultimato escrito pelo caranguejo Eremita: “O rei do mar manda informar que, como castigo para a guerra, mandará esta noite desaparecer todos os peixes do mar”: Mas nem assim. Até que resolvem contar aos chefes uma nova mensagem do Rei dos Mares: “Todos os pinguins acordarão na manhã do sétimo dia com bicos de pelicano e todos os pelicanos acordarão com bicos de pinguim”. Ou seja, pior do que dormir com inimigo era ficar igual a ele. Os chefes resolveram então depor as armas e fazer uma grande festa na praia onde não faltou peixe, comida à fartazana e até um encontro de amor entre Gabriel e a andorinha do mar.
Florbela Alves
in “Visão”, 11 dezembro 2003