staging, text and scenography
João Paulo Seara Cardoso
marionettes and costumes
António P. Onofre
music
Alain Russel
lighting design
Antonio Real and Rui Pedro Rodrigues
production
Sofia Carvalho
cast
Edgard Fernandes, Sara Henriques, Sérgio Rolo
child voice
Mafalda de Barros
Lighting and sound operation
Rui Pedro Rodrigues
marionette and prop painting
Sofia Pereira
production assistant
Pedro Miguel Castro
sound design
Miguel Reis
movement
Isabel Barros
scenography construction
Américo Castanheira, Tudo Faço
construction technicians
João Fernandes, Pedro Pereira, Victor Silva
costume making
Cláudia Ribeiro – coordination
La Sallete Oliveira – seamstress
graphic design
No More. Design
intern
Neusa Fangueiro
stage photography
Manuel Ramalho
No carrossel do crescimento
A brincadeira que ensina a resolver problemas
«O que é que é a vida? É… andar sempre à volta do Sol», diz aos miúdos o livro infantil «Como um Carrossel à volta do Sol», fazendo-nos a nós, adultos, refletir na caminhada em direção à felicidade, que tornamos tão complicada. Como um carrossel: assim é a existência humana; ora vertiginosa ora plácida; com subidas e descidas; com alegria e mágoa; com esperança e medo; prenhe de problemas ora simples ora irresolúveis.
Mas neste precioso livro, aprende-se a fazer «Buuu!» aos pesadelos e os obstáculos resolvem-se no Resolvedor de Problemas: quando eles são enormes, a solução está em «dividir o problema grande numa série de problemas pequeninos e resolvê-los um a um». Escrito por João Paulo Seara Cardoso e genialmente ilustrado por Renato Seixas, este novíssimo título da coleção O Sol e a Lua da Campo das Letras aposta, assim, na robustez psíquica de cada pequeno aprendiz da vida para que mais tarde possa dar forma aos seus sonhos: o sonho «é um jardim secreto» porque só o sonhador «sabe que ele existe». Peça de teatro escrita para o Teatro de Marionetas do Porto e representada pela primeira vez no dia 11 de fevereiro de 2006, no Balleteatro Auditório, o texto que agora se edita surge no papel com originalidade imbatível. Para isso concorre o grafismo das páginas, num apelo visual festivo, com o texto a surgir como se estivesse disposto numa janela de conversação da Internet.
Paralelamente à narrativa textual, irrompe enérgica e dinâmica a narrativa pictórica das ilustrações de Renato Seixas: sol, árvores, pássaros com grandes olhos, gotinhas de água e flores dão o envolvimento ecológico e o abraço cúmplice da Natureza a quem cresce com todas as dúvidas da caminhada: o sol anda? a árvore tem asas? como é que se sabe que vai chover? e vai chover o quê? o que é um problema? o que é o sonho? pode-se aprender tudo?
Mostrando que não se pode aprender tudo pois a vida é uma eterna aprendizagem, o texto, de resposta em resposta vai dizendo que a árvore não tem asas e por isso não voa; mas se os muitos passarinhos que pousam nela «começarem todos a bater as asas para aprenderem a voar», a árvore voará «para muito longe lá no céu até pousar na Lua.» É por isso, diz o texto incentivando o voo imaginativo das crianças, que «ainda hoje, se tu olhares para o céu em noites de Lua cheia, poderás ver lá uma pequenina árvore», a árvore dos passarinhos, chamemos-lhe nós, a árvore dos sonhos que se mantêm, mesmo que pareça longe.
Também as flores deste livro sorriem e piscam o olho incentivando ao crescimento. São flores que recebem «miminhos» sem descanso do seu jardineiro, pois sem esse zelo afetuoso as flores choram e «uma flor a chorar» dá «cabo do coração». Porém, o jardineiro não se esquece do ensinamento total: «mimiminhos ou tabefes. Se desse só miminhos, elas tornavam-se insuportáveis!».
Quanto aos pesadelos, explica-se que eles são «uma coisa má» que vêm quando dormimos, que às vezes vêm pela janela, «mas também vêm pela porta», outras vezes vêm sem estarmos a dormir…Há que aprender a inverter os papéis, há que assustar os pesadelos, pois nenhum pesadelo resiste ao «Buuu!» intrépido da criança vencedora.
Em relação aos problemas, quase todos são resolúveis, explica-se, «embora haja alguns que são verdadeiramente problemáticos. Por exemplo, um problema bicudo…é muito difícil de resolver. É um problema. Mas se for arredondado, resolve-se na boa. Depois, há os problemas insignificantes…que se resolvem num instante.» Mas há, também, «aqueles problemas enormes». A solução está em «dividir o problema grande numa série de problemas pequeninos e resolve-los um a um.».
Posto isto, resta aos miúdos ligar o «conta-quilómetros», e ao ritmo do «patati patatá piripi pão pão» desta prenda em livro, seguir a sua jornada. Ideal para atividades também nas escolas, este título promete momentos ímpares de alegria e aprendizagem.
Teresa Sá Couto
in “Kaminhos Magazine”, 12 de março de 2008
Um menino sempre a crescer
Mais uma vez – e dentro da sua filosofia aberta -, o Teatro de Marionetas do Porto apresenta uma peça destinada a “maiores de três anos”… A grande versatilidade da companhia dirigida por João Paulo Seara Cardoso presta-se agora a mostrar aos muito novinhos um pouco da diversidade da existência e do nosso crescimento dentro e com ela. “Como um Carrossel à Volta do Sol” mostra o espanto de um menino perante as coisas que o rodeiam – e que parecem mudar conforme ele vai mudando. E então surgem as suas dúvidas e inquietações (coisa que qualquer pai sabe existir no íntimo dos seus filhos), mas também os sonhos e as fantásticas “produções” de que a mente de uma criança é capaz. Os protagonistas são a cidade e os seus habitantes, os automóveis, uma casa azul, uma senhora que canta e o seu gato…, bem como uma vaca azul que comeu uma nuvem, as meninas da chuva que escorregam no ar, um resolvedor de problemas, baleias às riscas e até planetas com janelas! E é neste “mundo de Alice” que, afinal, vivem as crianças.
António Eça de Queiroz
in “Expresso”, 18 de fevereiro de 2006
Teatro de Marionetas do Porto encena “Como um Carrossel à volta do Sol”
Um espetáculo a pensar e para as crianças
“Como um Carrossel à Volta do Sol” é uma criação do encenador João Paulo Seara Cardoso para o Teatro de Marionetas do Porto, concebida para crianças a partir dos 3 anos de idade. Num mundo de fantasia, a criança vive com uma voraz curiosidade sobre tudo o que lhe rodeia. À medida que a criança vai crescendo, aproxima-se do mundo, das suas inquietações, dos seus sonhos e dúvidas e histórias imaginadas. (…)
Um espetáculo a não perder!
in “O Primeiro de Janeiro”, 20 de fevereiro de 2006